“23 de MAIO”, onde tudo começou
pela defesa do Estado de Direito e da Democracia.
Onde tombaram: Martins/Miragaia/Dráusio/Camargo!
A primeira vitória cívica da Frente Única Paulista!
Do Governo Provisório, então constituído,
da Intervenção nos Estados, da Ditadura,
o Povo Paulista revoltou-se, ergueu bandeira,
saiu à frente defendendo a autonomia da Federação!
Dos bravos combatentes, muita estória há:
Irmãos lutando contra irmãos!
E, até, daquele intrépido soldado que
Instado à rendição, da trincheira ergueu-se
Bradando: “Um soldado Paulista não se rende”
(TOMBOU, CRIVADO DE BALAS!)
Valendo-se de artimanhas, difundindo pseudo Separatismo,
O ditador e seus asseclas, que outras armas não tinham,
Lançaram São Paulo à sua própria sorte...
O contingente aumentava a cada dia-que não só de homens se compunha-
vez que inúmeras mulheres participaram, mormente na retaguarda:
costurando fardas, tricotando agasalhos de toda ordem,
atendendo nos hospitais, ajudando a compor a munição
e o mora dos soldados e familiares...
Mulheres do povo. Mulheres da elite.
Mulheres frágeis. Mulheres desesperadas.
Todavia, Mulheres Paulistas!
Que sentiram a necessidade de defenderem sua Terra!
Nas ruas gritavam palavras de ordem:
“São Paulo é dos Paulistas. Tenente, abaixe a crista”.
Muitas foram as que se destacaram.
Todavia, uma há que se tornou Símbolo da Revolução:
Um dia, deixando as panelas solitárias sobre o fogão,
Com paixão, sem aviso ao patrão, lá se foi a cozinheira
Afro-descendente, alistar-se na Legião Negra...
Conta-se que, bravamente pelejou. Nada podia detê-la.
Foi ferida. Condecorada. Que bela!
Participou de inúmeros desfiles de 9 de Julho,
Com seu eterno sorriso, sempre engalanada,
Com as insígnias honorificas...
Tão pequena fisicamente,
no entanto,ostentava tamanha grandeza
que, naturalmente, do fundo de sua alma provinha...
Ao findar a Revolução voltou às suas panelas,
que por ela também esperavam.
Ardia novamente, no fogão, a chama
Que proclama: voltaste vitoriosa”
E, mais honrarias lhe foram outorgadas:
Mulher Símbolo da Revolução!
Pela devoção, heroísmo de coração!
Quando alçou vôo para a eternidade, com profundo reconhecimento,
Suas exéquias partiram do MMDC
Para o Mausoléu do Soldado Constitucionalista,
Lá no Parque do Ibirapuera!
Museus do autêntico Civismo Paulista.
Onde, em cada canto, há um canto de Vitória a evocar esta história!
Ah, qual é o nome desta mulher?!
Simplesmente, MARIA SOLDADO!
E, por fim, há de se colocar
Que tal combatente, valente, ímpar,
Trabalhava para a família
BOMFIM...
Frances Azevedo (2003)
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