quinta-feira, 24 de março de 2011

TRIBUTO AOS PAULISTAS

Julho que ficou na história.
Julho da história em nossa memória.
Julho de luta em todas as frentes.
Julho que resta indelével em nossas mentes!

Ano de32: da revolução contra o ditador.
Ano de 32: da união dos Estados na dor.
Ano de 32: de guerreiros Constitucionalistas.
Ano de 32: de grandes heróis paulistas!

Salve, salve os grandes nomes do Movimento!
Salve, salve os não lembrados no momento!
Salve, salve a raça de um povo!
Salve, salve,pois fariam tudo de novo!

sexta-feira, 18 de março de 2011

A REVOLUÇÃO DE 32 Á LUZ DE UMA HEROÍNA!


23 de MAIO”, onde tudo começou
pela defesa do Estado de Direito e da Democracia.
Onde tombaram: Martins/Miragaia/Dráusio/Camargo!
A primeira vitória cívica da Frente Única Paulista!

Do Governo Provisório, então constituído,
da Intervenção nos Estados, da Ditadura,
o Povo Paulista revoltou-se, ergueu bandeira,
saiu à frente defendendo a autonomia da Federação!

Dos bravos combatentes, muita estória há:
Irmãos lutando contra irmãos!
E, até, daquele intrépido soldado que
Instado à rendição, da trincheira ergueu-se
Bradando: “Um soldado Paulista não se rende”

(TOMBOU, CRIVADO DE BALAS!)

Valendo-se de artimanhas, difundindo pseudo Separatismo,
O ditador e seus asseclas, que outras armas não tinham,
Lançaram São Paulo à sua própria sorte...

O contingente aumentava a cada dia-que não só de homens se compunha-
vez que inúmeras mulheres participaram, mormente na retaguarda:
costurando fardas, tricotando agasalhos de toda ordem,
atendendo nos hospitais, ajudando a compor a munição
e o mora dos soldados e familiares...

Mulheres do povo. Mulheres da elite.
Mulheres frágeis. Mulheres desesperadas.
Todavia, Mulheres Paulistas!
Que sentiram a necessidade de defenderem sua Terra!

Nas ruas gritavam palavras de ordem:
“São Paulo é dos Paulistas. Tenente, abaixe a crista”.

Muitas foram as que se destacaram.
Todavia, uma há que se tornou Símbolo da Revolução:
Um dia, deixando as panelas solitárias sobre o fogão,
Com paixão, sem aviso ao patrão, lá se foi a cozinheira
Afro-descendente, alistar-se na Legião Negra...

Conta-se que, bravamente pelejou. Nada podia detê-la.
Foi ferida. Condecorada. Que bela!
Participou de inúmeros desfiles de 9 de Julho,
Com seu eterno sorriso, sempre engalanada,
Com as insígnias honorificas...

Tão pequena fisicamente,
no entanto,ostentava tamanha grandeza
que, naturalmente, do fundo de sua alma provinha...
Ao findar a Revolução voltou às suas panelas,
que por ela também esperavam.
Ardia novamente, no fogão, a chama
Que proclama: voltaste vitoriosa”

E, mais honrarias lhe foram outorgadas:
Mulher Símbolo da Revolução!
Pela devoção, heroísmo de coração!

Quando alçou vôo para a eternidade, com profundo reconhecimento,
Suas exéquias partiram do MMDC
Para o Mausoléu do Soldado Constitucionalista,
Lá no Parque do Ibirapuera!
Museus do autêntico Civismo Paulista.
Onde, em cada canto, há um canto de Vitória a evocar esta história!

Ah, qual é o nome desta mulher?!
Simplesmente, MARIA SOLDADO!

E, por fim, há de se colocar
Que tal combatente, valente, ímpar,
Trabalhava para a família
BOMFIM...
Frances Azevedo (2003)

A OUTRA FACE DA REVOLUÇÃO DE 32

Corações, almas despedaçados, em seu encalço
Mulheres abnegadas...

De nomes mil, servil, em prol do Direito, Liberdade, Justiça,
Que não se detinham diante da liça!

De Maria Iguassábia :de São José de Boa Vista,
Que, um dia, numa refrega, descobriram ser mulher.
Quiseram protegê-la, todavia, não quis saber...
Também, se conta que, ao deter alguns soldados adversários,
Dois deles, chorando, ao chão se jogaram e, indagados, um deles exclamou:

“Ser preso na guerra é triste. Mas
Ser preso por uma mulher é humilhação
demais para um soldado

De nhá Chica Messias, de Itu, já avançada em anos,
Trocou as saias pela farda, a agulha pelo fuzil!
Quando inquirida sobre tal, respondia:
Para defender meu Estado e meus meninos”

E Maria Soldado: que deixou seu fogão
Sem avisar o patrão, alistou-se na negra legião
Na volta, ferida, recebeu insígnia merecida.
Eleita Mulher Símbolo da Revolução
Que nobre condecoração!
Desfilou, muitas vezes, nas festas de 9 de Julho:
Com orgulho, exibia as láureas recebidas.
Hoje, repousa no Mausoléu do
Soldado Constitucionalista!

São estas, dentre outras, que formaram
A linha de frente nos campos de luta...
Porém, que dizer daquelas formigas laboriosas
Costurando, pregando, tricotando roupas para os soldados?!

O frio era intenso: Era Julho de 32!...

Soldados que nunca guerrearam, porém, nelas encontraram:
O agasalho para o corpo, o conforto para a alma!

As Associações foram surgindo:
“Clube do Ovo”, “Clube do Cachecol”,
“Clube das Meias”. “Clube das Formigas”
“Clube do Lanche Rápido!”, “Clube do Cigarro”...

Todas em prol dos combatentes...

Havia, também, a “Liga das Senhoras Católicas”
E outros tanto núcleos voluntários
De trabalho espalhados pelo centro de São Paulo
Em defesa, também, dos familiares...

E, aquelas mulheres do verbo, da pena,
Que, também, se colocaram na arena?!
Mulheres da envergadura
De Olívia Guedes Penteado à frente do MMDC,
Diretora do Departamento de Assistência Civil,
-dedicou-se às viúvas e órfãos da Revolução-
Filha de José Guedes de Souza e de
Carolina Leopoldina de Almeida e Souza,
Descendente direta de Fernão Dias Paes Leme,
Amador Bueno e Tibiriça,
Nascida em Mogi Mirim numa Fazenda de barão do café!

Juntamente com Carlota Pereira Queiroz
Primeira mulher Deputada Federal do Brasil,
Integrante da Assembléia Nacional Constituinte,
Educadora, cientista, fundadora do DAFE
(Departamento de Assistência aos Feridos), e, ainda,
Pérola Byigton, Olga Cintra (Presidente da Liga
das Senhoras Católicas)...

E mais, e mais, anônimas desconhecidas
Não menos importantes, engrandecidas,
Eis que, todas, Mulheres Paulistas, sobremaneira,
Pois, o que representa um nome nesta esteira
De ações edificantes, sublimes, de vitória,
Deixando marcas profundas na história?!

Frances Azevedo (2004)